A capital italiana da moda continua com sua programação de inverno masculina. No domingo, dia 14, foi a vez da Prada apresentar sua nova coleção! Dessa vez, Miuccia Prada e Raf Simons, em colaboração desde 2020, mesclaram a natureza com a vida urbana. Algo que traz curiosidade e receio, visto a quantidade de desastres naturais que estamos presenciando, apesar de ser um assunto que ambos costumam abordar. Mas como eles fizeram isso?

Começando pelo convite, uma gravata acompanhada por uma espécie de cartão de visitas com uma imagem de um campo esverdeado e um riacho. No pós desfile, o co-criador falou sobre a contradição de falarmos da natureza sendo que, no final, acabamos passando o tempo e vivendo em um ambiente totalmente construído pelo homem. Já no desfile, na Fondazione Prada, havia uma antessala de carpete cinza repleta de computadores – com o logo da etiqueta estampado nas telas – e cabines de trabalho. Na sala de desfile, fileiras extremamente compridas de cadeiras giratórias se encontravam sobre um piso de vidro suspenso, onde era possível visualizar pequenas correntes de água e plantinhas.

As roupas, todas pensadas para serem usadas no dia a dia do escritório e, ao mesmo tempo, na natureza, combinam-se através de texturas, cortes e detalhes de ambos cenários. O que chamou a atenção na passarela foram as misturas de cores e estampas, as calças de alfaiataria com a barra na altura do tornozelo e, em algumas, até um efeito meio flare, além dos cintos super trabalhados – meio anos 2010. Também vimos referências  náuticas – o que se repetiu em vários desfiles dessa temporada – mas, nesse caso, de forma menos óbvia. Apareceu, principalmente, nessa relação com a água, na cenografia, no styling com toucas e óculos (de natação) e, também, em algumas texturas. 

A Prada é sempre uma referência de tendências e, dessa vez, o conceito também foi interessante para criar a história do conjunto da obra. Legal ver essa relação de natureza e vida urbana de forma mais crítica e, até, coexistindo entre si. Ver que a moda não se restringe a um modelo de vida, mas que, com adaptações, podemos ser e fazer tudo! O que acharam da coleção desfilada? 

Beijos, H.