Uma semana depois do anúncio da saída de Pierpaolo Piccioli da maison Valentino, foi comunicada a escolha do novo diretor-criativo da marca: Alessandro Michele. O estilista ficou super conhecido por alavancar novamente o nome da Gucci, onde trabalhou durante 7 anos e implantou a sua estética maximalista, ornamental e com influências no barroco, revolucionando a marca e tornando-se um estilista ainda mais icônico no mercado. Por isso, vamos relembrar seus melhores momentos na Gucci?
Em 2015, Alessandro fez seu debut na maison com a coleção de outono-inverno. Trazendo um conceito muito diferente daquilo que acompanhamos com a sua antecessora, Frida Giannini. O estilista apresenta um desfile mais andrógeno, porém com uma cara romântica e excêntrica, olhando para referências estéticas do passado e adaptando-as para o presente. Diferente da formalidade dos looks criados por Frida, essa coleção possui um tom de leveza e liberdade. As transparências, os tecidos fluídos, as silhuetas menos marcadas e o jogo de cores e estampas foram apenas uma pequena amostra do que a Gucci se tornaria nos próximos anos com Michele.
Já para o inverno de 2019, o designer leva sua coleção para um cenário de sala de cirurgia, criando uma metáfora sobre o seu próprio processo criativo. Aqui, Michele traz uma reflexão sobre como a internet e o fácil acesso à informação moldam a forma como as pessoas criam as suas identidades. Nessa coleção, as estéticas de diversas culturas são misturadas na passarela. O tweed inglês, o xadrez escocês, os lenços russos amarrados na cabeça, chapéus “Pagoda” e pijamas da cultura chinesa são colocados na passarela em uma explosão de informações, além do styling que conta com modelos segurando réplicas de suas próprias cabeças e até mesmo um dragão pequeno aparece nos braços de um deles. Demais, né?
A coleção intitulada de Exquisite para o inverno de 2022 da marca também foi memorável. Contando com referências do cinema e da cultura pop, ela foi marcada pela surpreendente colaboração entre Gucci e Adidas em uma campanha toda inspirada nas obras do famoso diretor de cinema Stanley Kubrick, contando com cenas de filmes como “Laranja Mecânica”, “2001: uma odisséia no espaço”, “O iluminado” entre outras obras famosas. O objetivo era causar um estranhamento entre os figurinos e cenários dos filmes contrapostos com as estéticas das duas marcas misturadas. As três faixas famosas da Adidas e os logos da Gucci conversam muito bem entre si e conseguem trazer uma estética retrô, porém extremamente inovadora e contemporânea ao mesmo tempo, sendo uma das collabs mais almejadas no mundo da moda.
E aqui, eu deixo uma menção honrosa ao desfile de primavera 2023, que também foi sua última coleção pela grife e que chocou na época pela sua escolha de casting, onde todas as peças foram apresentadas com modelos gêmeos, tirando suspiros do público. Posso falar? Um grand finale de respeito. Alessandro Michele deixará saudades na Gucci, mas mal posso esperar para ver como será o futuro da Valentino em suas mãos. Vocês também estão ansiosas?
Beijos, H.