O Brasil representa a maior cadeia produtiva completa de moda do Ocidente, abrigando desde o cultivo da fibra no campo, até a reciclagem do produto. E, por conta desse potencial de inspirar modelos criativos e parcerias ao longo dessa trajetória, o Brasil Eco Fashion nasceu como uma plataforma estimuladora desse processo e para promover as boas práticas do mercado e de marcas inseridas na indústria da moda que focam na sustentabilidade. Em sua sétima edição, o Brasil Eco Fashion Week (BEFW) aconteceu entre os dias 7 e 9 de dezembro, em São Paulo, com desfiles, ações educativas, exposições, salão de negócios e atividades de empreendedorismo.
Com o tema Ecoinovação e Desenvolvimento Sustentável, com discussões pautadas na cadeia de produção, reciclagem e novos materiais, 24 designers apresentaram suas coleções, representando todas as regiões do país. Pela primeira vez, contou com a participação do projeto Nordestesse, um grupo de marcas do Nordeste do Brasil. O evento era gratuito e representa uma iniciativa importante para a conscientização da moda. Nos desfiles, técnicas de upcycling, utilização de fibras naturais, resgate de algumas manualidades e técnicas não poluentes foram observadas nos designs desenvolvidos.
Entre os destaques, indo na contramão do que se espera de uma moda sustentável – cores neutras e modelagens básicas -, a plataforma Trama Afetiva, sob direção da estilista e consultora Thais Losso, provou que é, sim, possível ter uma coleção colorida, divertida e amiga do meio ambiente. As peças produzidas por meio do upcycling de restos de guarda-chuvas possuem cores vibrantes, modelagens volumosas e acessórios enormes. Chamada de Tudo Pode Acontecer, a coleção foi desenvolvida ao longo de seis meses, por uma equipe de 32 pessoas e, segundo Losso, com cerca de 700 guarda-chuvas recuperados de aterros sanitários. Incrível!
O BEFW já realizou duas edições internacionais, com desfiles na Milão Fashion Week, na Itália, e apresentando marcas e produtos na feira de negócios Premium Berlin, na Alemanha. Demais, né? Muito legal e importante ver a indústria repensando formas de fazer moda e levantando questões e alternativas sustentáveis – indispensáveis nos dias de hoje. O que acharam?
Beijos, H.
