A cada ano, a moda cria novas figuras icônicas, seja por suas excentricidades ou pelo trabalho criativo. Sempre que pensamos no universo fashion, algumas dessas personalidades vêm em nossa mente. E hoje, 8 de Abril, trouxe a mãe do punk e uma das estilistas mais inesquecíveis: Vivienne Westwood, que nessa data estaria completando 83 anos para relembrarmos um pouco da sua jornada na moda e todos os seus anos de genialidade criativa.
A grande precursora do estilo Punk, era considerada uma designer autodidata. Vivienne nasceu no interior da Inglaterra, onde teve uma vida simples e aos 17 anos mudou-se para Londres, dividindo seu tempo entre o trabalho na fábrica e os estudos. Poucos anos depois, ela se casou com Derek Westwood, de onde herdou o seu nome de sucesso. Porém, foi apenas em 1965, após o seu divórcio, que ela começou a sua trajetória para se tornar um dos maiores nomes da moda ao lado do seu novo companheiro Malcolm McLaren, o empresário da banda Sex Pistols, abrindo sua primeira loja em 1971 na King’s Road, rua que foi o centro dos movimentos de contracultura britânica.
Um dos desfiles mais marcantes na trajetória da estilista, com certeza, foi o de Inverno 1993. A coleção, que foi denominada de “Anglomania fashion”, contava com muitos volumes, silhuetas maximalistas e com o xadrez – que virou uma das principais referências estéticas da marca -, além de trazer também uma mistura de estilos de diversas épocas diferentes, como o estilo renascentista e algumas referências à moda dos anos 50. Porém, não foi só pelas roupas que essa coleção ficou famosa. Em cima de um salto de 23 centímetros, a supermodelo Naomi Campbell caiu durante a apresentação, e o que era pra ser apenas um acidente se tornou um momento memorável, gerando ainda mais visibilidade para a estilista.
Outro momento icônico foi a coleção “Erotic Zones” verão 1994, com uma pegada super sexy, a passarela estava carregada de comprimentos mini, silhuetas bem marcadas e uma atmosfera dramática e teatral que também se tornou algo característico nas apresentações de Vivienne Westwood. Os penteados de época, a maquiagem branca e o catwalk das modelos também são fatores que ajudam a tornar tudo ainda mais icônico, além do fechamento do desfile feito por outra supermodelo Kate Moss, que aparece seminua com um sorvete em mãos, criando essa imagem super provocativa, mas divertida ao mesmo tempo.
E falando em provocação, não é novidade que a designer mais rebelde da moda transformou a passarela em seu próprio palanque, já que além da sua estética transgressora, Vivienne também sempre trouxe para as suas criações o ativismo político. Um exemplo disso é a sua coleção de verão 2013, que se baseava em uma manifestação contra a poluição do meio ambiente, através de uma proposta de revolução climática. No desfile, acompanhamos modelos com os rostos pintados em tons de verde e amarelo e algumas com flores na cabeça. As silhuetas são mais simples e o catwalk deixa a teatralidade de lado, as roupas são mais coloridas e com uma estética já mais contemporânea, com bastante cores e estampas. Porém, as camisas com estampas na frente e nas costas falando sobre as mudanças climáticas não passam despercebidas e a mensagem fica ainda mais explícita no momento do encerramento da coleção, onde a própria Vivienne, em conjunto com duas modelos, erguem uma faixa extensa escrito “revolução climática”.
Vivienne Westwood é definitivamente uma das maiores criadoras de todos os tempos. Com uma alma transgressora e avant-garde, a estilista sempre será lembrada por sua criatividade sem limites e por sua capacidade de quebrar paradigmas com muita moda e bom humor. Acho muito difícil escolher só um momento icônico da marca. Mas e vocês, qual escolheriam?
Beijos, H.
