No terceiro dia da Casa de Criadores, a Nalimo – primeira marca indígena do Brasil e 100% feita por mulheres – abriu a passarela. A coleção partiu da ciranda, tradicional dança nordestina, oriunda de Pernambuco, e seguiu com uma homenagem ao sagrado feminino e à potência das mulheres no mundo. Tudo entremeado pela ancestralidade indígena da estilista Dayana Molina, empreendedora indígena descendente dos povos aymara e fulni-ô .
O casting era composto exclusivamente por mulheres, mesmo com a etiqueta atendendo ambos os gêneros, e reforçava a valorização das manualidades nos designs, com crochês, tramados e acessórios de madeira, sementes e cestaria. Além de jacquards e peças confeccionadas a partir de resíduos de coleções passadas. A marca utiliza e reforça que toda matéria-prima é brasileira.
O principal objetivo da designer é mostrar uma moda com raízes indígenas sem ser caricata, já tendo sua assinatura por algumas características dos designs – como a estampa de peixe de água doce. Day ainda combina elementos de streetwear, refrescando e complementando a imagem, como as calças pantalonas que se assemelham às saias da ciranda.
Desde 2016, em seu primeiro desfile, a Nalimo vem revolucionando as passarelas. Através do ativismo, une a visão e valores da marca em prol da defesa da terra e suas demandas climáticas, preservando o meio ambiente, florestas e territórios ancestrais. O empoderamento e emancipação feminina são muito importantes para tudo que a marca representa e os ideais da estilista. Um exemplo de como a moda é, também, política!
O que acharam do desfile? Já conheciam a marca?
Beijos, H.