A Paris Fashion Week ainda está rolando e seu encerramento será nesta terça-feira, mas entre hoje e amanhã ainda teremos grandes marcas desfilando para ficarmos de olho, como a tradicional Pierre Cardin, Coperni, Chanel, Miu Miu entre outras. Hoje, no entanto, trouxe insights dos desfiles do final de semana, de duas coleções que eu achei mais interessantes: A coleção sexy ultra feminina de Valentino e a passarela fatal da Mugler.
Na direção criativa da Valentino, um nome já conhecido, Pierpaolo Piccioli, apresenta um desfile totalmente na cor preta e cheio de transparências e caimentos mais sensuais.
Em uma coleção denominada de “Noir”, Pierpaolo, que é super conhecido por seu trabalho incrível como colorista e por sua habilidade de chamar a atenção através das suas seleções cromáticas, abre mão delas nesse momento, como uma forma de reavaliar as percepções e formas e ressignificar alguns códigos da marca que eram presentes ali nos anos 80 e que serviram de inspiração estética para este desfile.
As modelos abrem o desfile em conjuntos de alfaiataria e looks de “escritório”, porém com leves modificações nas modelagens, trazendo uma força principalmente na região dos ombros e colo através dos decotes. Podemos perceber uma influência latina nas peças representada por looks com muita textura, rendas, babados, transparências sobrepostas e um mix de silhuetas fluídas e alongadas, também observamos alguns cut-outs pontualmente e comprimentos curtos, uma estética sexy e elegante.
Mesmo sem as suas brincadeiras de cores, o desfile não perde sua magia e sensibilidade, sendo, na minha opinião, um desfile totalmente capaz de nos emocionar e relembrar que até coisas consideradas mais simples são capazes de mexer com as nossas emoções e esse papel a moda cumpre de forma preciosa e surpreendente.
Já na Mugler, que conta com a direção de Casey Cadwallader, apresenta um desfile naquela estética bem sexy que já estamos acostumados atualmente, porém com um toque mais dramático e teatral.
As peças do desfile foram predominantemente pretas, porém contam pontualmente com tons de vermelho e azul. Para as mulheres, a coleção possui silhuetas bem mais ajustadas, com muitos corsets, transparências, recortes e couro. A dramaticidade se faz presente na coreografia dos catwalks das modelos com passadas bem fortes e intimidadoras, a ambientação e os efeitos especiais também levam a gente para uma imersão futurista e levemente sombria.
Casey se inspira em trabalhos anteriores e podemos perceber algumas características das peças criadas por Thierry Mugler, fundador da marca, entre os anos 90 e 2000, como as roupas com estruturas que redesenham a silhueta e uma estética fetichista bem presente no DNA da grife. Observamos muito disso nos looks masculinos, que contam com camisas em couro que lembram corsets, peças com decotes e transparência e casacos oversized seguindo uma estética bem exagerada.
Nessa temporada de moda, é interessante vermos como os designers vêm se inspirando em trabalhos passados e reinterpretando coleções com um olhar atual e demonstrando para nós que consumimos moda como tudo pode ser reaproveitado e reinventado com criatividade e conceito. Muito preciosa, comovente e provocativa, é assim que a semana de moda vai chegando ao fim e nos deixando ansiosas para mais.
Beijos, H.